segunda-feira, 26 de setembro de 2016

População de elefantes na África cai devido à caça ilegal

União Internacional para a Conservação da Natureza divulgou relatório.
População de elefantes caiu cerca de 20% entre 2006 e 2015.




   Elefantes são fotografados em parque nacional do Zimbábue, em foto de 2014  (Foto: Reuters/Philimon Bulawayo/File Photo)Elefantes são fotografados em parque nacional do Zimbábue, em foto de 2014 (Foto: Reuters/Philimon Bulawayo/File Photo)
A população de elefantes na África caiu cerca de 20% entre 2006 e 2015 devido a um aumento na caça ilegal de marfim em todo o planeta, informou a União Internacional para a Conservação daNatureza (IUCN, na sigla em inglês) em relatório divulgado neste domingo (25).
A entidade, cuja sede é na Suíça, é considerada a maior autoridade em fauna selvagem no mundo e a divulgação do relatório na conferência sobre comércio internacional de animais selvagens vai conferir certa urgência ao tema, com alguns países buscando manter o comércio global de marfim proibido, ao passo que outros querem reabri-lo. 

A IUCN, que divulgou os números com base em estimativas e censos animais, disse que a contagem aproximada atual é de 415 mil elefantes vivendo na África, em áreas onde grandes censos puderam ser feitos. O total é inferior aos mais de 500 mil da última contagem em 2006.


"É mais uma série de informações indicando que os governos devem tomar ações necessárias para combater a crise", disse a chefe de políticas internacionais da Wildlife Conservation Society, Susan Lieberman.
Existem localidades onde pesquisas frequentes não puderam ser conduzidas e é difícil dizer o que está acontecendo com os elefantes. Áreas como o Sudão do Sul, a Libéria e as áreas de savana na República Centro-Áfricana.
Em alguns países, as perdas foram expressivas. A Tanzânia, país que sobrevive graças ao turismo animal, teve queda de 60% na população de elefantes.
"Esse aumento na caça ilegal de marfim, que começou há aproximadamente uma década, o pior que a África já viveu desde as décadas de 1970 e 1980, foi o principal motivo desse declínio na população de elefantes", disse a IUCN.
A caça de elefantes aumentou para atender a uma forte demanda de mercados consumidores emergentes na Ásia, como a China, onde o marfim é uma commodity bastante cobiçada, usada em esculturas e outros acessórios ornamentais.
A IUCN notou ainda que em países ao sul da África, como "Namíbia, África do Sul e Zimbábue", a população de elefantes "é estável ou crescente, e há evidência de crescimento em Botswana também."

sábado, 24 de setembro de 2016

Os benefícios do Pólen Apícola para a Saúde

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Prato principal das abelhas, os pequenos grãos que elas colhem das plantas também são um tesouro nutritivo para o ser humano.
A riqueza do pólen vem de uma parceria bem-sucedida: “O valor nutricional dos grãos é reforçado pela saliva das abelhas — repleta de enzimas e vitaminas—, usada para aglutinar as partículas e transportá-las”, afirma o zootecnista Silvio Lengler, presidente da Confederação Brasileira de Apicultura.
O poder revigorante do produto se deve, em parte, às proteínas que possui. Abaixo citamos alguns dos benefícios deste poderoso alimento:
Envelhecimento Cerebral: O pólen fornece todos os aminoácidos (proteínas) necessários para a fabricação, de um neuro-hormônio produzido na glândula hipófise do cérebro que controla a dor e aumenta a capacidade das pessoas de reduzirem o stress, amnésia e cansaço mental. Quando consumido, o pólen produzirá efeito eufórico, aumentando a capacidade física e mental. Isto explica a ação do pólen no que diz respeito ao humor, euforia, vitalidade e principalmente a diminuição do envelhecimento cerebral e stress.
Potente energizante: a quantidade de nutrientes contidas no pólen já é suficiente para melhorar a disposição ao longo do dia. Ainda a quantidade de carboidratos, proteínas e vitaminas do complexo B contidas nesse alimento aumentam o vigor e ajudam a dar um basta no cansaço.
Benefícios para a pele: é ótimo anti-inflamatório para a pele e ajuda a tratar irritações como eczemas e psoríase. Os aminoácidos e os outros nutrientes presentes no pólen ajudam a proteger a pele e regenerar as células.
Ação sobre o aparelho digestivo e intestinal:  Melhora a digestão devido à presença das enzimas que deixam os alimentos bem digeridos e também devido a sua composição promove o equilíbrio da flora intestinal.
Ação protetora do sistema vascular:   devido a grande quantidade de rutina (bioflavonóide antioxidante), o pólen acaba sendo ótimo tonificante para os capilares e vasos sanguíneos atuando sobre o sistema circulatório, promovendo um fortalecimento das veias e artérias. Ajuda a prevenir o entupimento das artérias sendo ótimo para prevenir infartos e AVC’s e também é indicado para pessoas que possuem varizes.
Benefícios para a Próstata: O pólen é rico em hormônios vegetais e enzimas que atuam sobre a próstata. Sabe-se que os hormônios vegetais não têm efeitos colaterais e tem a surpreendente faculdade de regular as glândulas endócrinas. Para os que sofrem de hiperplasia na próstata, este superalimento pode ajudar pois diminui a inflamação e diminui a urgência ao urinar.
O pólen e a visão: A falta ou deficiência de vitamina A provoca perda de visão, flacidez da pele nos idosos e aparecimento de acnes (espinhas) nos jovens. O pólen pela sua riqueza em vitamina A, tem papel importante para a visão, diminuindo o cansaço ocular e melhorando a visão, especialmente dos idosos.
Ação na hemoglobina do sangue:  Anemia é por definição a diminuição do numero de glóbulos vermelhos do sangue ou a diminuição superficial da hemoglobina. O pólen, em particular na sua composição, é rico em ferro, em vitaminas do grupo B (particularmente B12) que aumentam a taxa de hemoglobina dos glóbulos vermelhos auxiliando no tratamento a anemia.
 Ação sobre os radicais livres: Os radicais livres são muito agressivos para as células, inibindo ou dificultando a sua multiplicação, acelerando o envelhecimento das pessoas. O pólen auxilia e muito a diminuir a ação dos radicais livres.
Ação reguladora hormonal: Por conter alto valor nutricional, o Pólen estimula a produção dos hormônios femininos e masculinos. Assim como a geleia real, é indicada para as síndromes do climatério feminino e masculino, por atuar como estimulador do organismo e regulador das funções orgânicas. Para a mulher na menopausa, evita a necessidade de reposição hormonal artificial (com raras exceções), reduz os efeitos incômodos da menopausa. Para homens na andropausa, após os 50 anos de idade, evita o crescimento da próstata.
O pólen deve ser consumido diariamente, basta uma única colher de sopa para conquistar mais ânimo e saúde. Consuma produtos de qualidade e certificados.

BENEFÍCIOS DA CHLORELLA NO EMAGRECIMENTO

A chlorella (Chlorella pyrenoidosa ou regularis ) é uma alga verde de água doce,  unicelular da família cyanophyta, clorofilada (é considerada a maior fonte de clorofila do mundo) e uma das mais antigas formas de vida do planeta.

Elas desenvolvem-se de forma espontânea em tanques e lagos e foi “descoberta” pelos japoneses, que são consumidores antigos de algas como complemento alimentar. Atualmente, aliás, o Japão, e também a China, são os maiores produtores de chlorella, que é cultivada nesses dois países em escala industrial.

Os primeiros estudos científicos sobre essa alga foram feitos na época da 2ª Guerra Mundial por norte-americanos e alemães, que procuravam uma complementação alimentar que fosse eficiente para os soldados usarem nos campos de batalha.

O Que Tem Nessa Alga?

É uma alga de elevado valor nutritivo que contém as seguintes substâncias: oleucina, leucina, lisina, fenilalanina, tirosina , metionima, cisteína, treonina, triptofano, valina, arginina, histidina, alanina, ácido aspártico, ácido glutâmico,  glicina, prolina, serina, proteínas, lipídios, fibras, carboidratos, xantofila, caroteno, vitamina B1, vitamina B2,  vitamina C, clorofila,  vitamina E,  ácido nicotínico, vitamina B6, vitamina B12, ácido pantotênico,  ácido fólico,  cálcio,  fósforo, ferro, sódio, potássio e magnésio.

Pela análise da composição nota-se que ela contém 60% de proteínas, o que é mais que a carne de soja, carne de vaca e o trigo, sendo capaz de produzir 50% mais proteínas que qualquer outro ser vivo. Contém uma quantidade bem alta de beta-caroteno, o precursor da vitamina A, de modo que consegue ter dez vezes mais beta-caroteno que a cenoura. Possui oito aminoácidos essenciais e todos os aminoácidos não-essenciais, vitaminas diversas, o ácido fólico e pantotênico, boas doses de biotina, colina e inositol, PABA, sais minerais e outros componentes importantes para a saúde e o correto funcionamento do organismo.
Conheça-a-Chlorella-1

Propriedades

1-      É tido como um suplemento alimentar de ação desintoxicante, promovedor da reparação tecidual e da integridade celular normalizante da função intestinal e estimulante do sistema imune, dentre outras coisas.

2-      Estudos comprovam que essa alga atua no fortalecimento do organismo e na ativação celular. Como possui substâncias que ajudam na eliminação da acidez sanguínea, melhora o funcionamento do organismo. O   polissacarídeo ácido, chlon-A purificado do extrato da chlorella, é tido como uma substância que previne e retarda o desenvolvimento de células cancerosas, e ela possui, ainda,  a CGF (chlorella Growth Factor), que é  composta por  um nucleopeptídeo sulfurado, um polissacarídeo e algumas outras substâncias que agem ativando as funções fisiológicas e estimulando o sistema imune.

3-      A clorofila e o magnésio encontrados na alga são transformados em elementos fundamentais para o sangue, enquanto as boas doses de cálcio auxiliam  no tratamento de fraturas, enfraquecimento ósseo e no combate a osteoporose.

4-      Contém altas doses de fósforo, que garante uma maior atividade cerebral, ajuda a combater a hipertensão e a reduzir os níveis do colesterol e triglicerídeos.

5-      A alta concentração de clorofila aumente muito a sua capacidade desintoxicante, além de  ajudar a regular o sistema digestivo, por causa da quantidade de fibras.

6-      Garante uma maior sensação de saciedade, sendo, por isso, indicada para dietas de manutenção e perda de peso.

7-      Normaliza o processo digestivo e é indicada para quem tem problema no intestino como prisão de ventre, por exemplo.

8-      Mantém o pH do sangue em níveis ideais.

9-      Ajuda em casos de alergias e aumenta a imunidade.

Indicações

A Chlorella é indicada nas seguintes situações (lembrando que trata-se de um fitoterápico):
  • Para estimular o sistema imune
  • Na convalescença de enfermidades e para prevenir seu aparecimento
  • Nos estados de carência alimentar, como em dietas de redução de peso, como suplemento nutricional
  • Auxiliar nos regimes de emagrecimento, já que aumenta a sensação de saciedade e desintoxica o organismo
  • Ajuda em distúrbios digestivos e cardiovasculares]
  • Em casos de anemia
  • Para fortalecer o organismo
  • Em casos de azia e gastrite
  • Para combater a fraqueza e a debilidade física e mental
  • Para combater o estresse
  • Na senilidade
  • Contra o envelhecimento precoce
  • Em casos de inflamação
  • Para memória fraca
  • Em casos de desnutrição
  • Em quadros de doenças degenerativas e doenças  cardiovasculares
  • Em quadros de colesterol e triglicerídeos elevados
Essa alto é de fácil digestibilidade e possui um alto índice de absorção, o que decorre do seu sistema de desintegração da parede celular, que vem a ocorrer durante o processo de secagem pela qual é submetida.
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É contraindicada em casos de hipersensibilidade aos componentes do produto

Possíveis efeitos colaterais:

Em pessoas que tenham sensibilidade ela pode ocasionar diarreia leve e/ou erupções, mas, via de regra, não é necessário suspender o uso já que em pouco tempo o estado tende a se normalizar.

Informações Extras
  • É indicado no período gestacional e na lactação para prevenir a anemia, mas deve ser receitado por um médico.
  • Para ajudar em quadros de emagrecimento recomenda-se o seu consumo 30 minutos antes das refeições.
  • Dosagem e modo de usar: ingerir  300 mg de  de chlorella/dose ou a critério médico, 3 a 4 vezes ao dia.
  • A melhora geral do organismo ocorre em pouco tempo, mas é preciso que tenha continuidade no uso.
  • Pode ser usado por crianças, idosos e adolescentes, mas sempre com indicação médica.
  • O consumo é seguro, mas deve-se ter muito cuidado com a procedência dessa alga, já que existem muitas falsificações.
  • Essa alga é tida como um alimento completo e foi por isso que serviu de suplemento durante a Segunda Guerra Mundial, sendo utilizada atualmente como  suplemento nutricional pelos astronautas da NASA em viagens espaciais.
Dá pra perceber que essa algo é extremamente importante para o nosso organismo, não é mesmo? Quem a consome com regularidade costuma declarar que há uma melhora substância em todo o organismo, o que a torna um tônico geral.
Entretanto, como costumamos ressaltar aqui, é preciso ter cuidado com o consumo, pois mesmo sendo um fitoterápico, só deve ser consumida com indicação de um profissional de saúde, que é quem vai poder indicar a dosagem correta para cada caso.
A chlorella pode ser encontrada facilmente em casas de produtos naturais e também em farmácias.

Alguém aqui consome?

A importância do Ômega-3 na capacidade mental

O cérebro humano representa apenas 2% do nosso peso total, mas usa aproximadamente 20% do oxigênio consumido por todo nosso corpo quando está em repouso. Ele é um órgão complexo que só recentemente tem sido desvendado.

Você já sabe que os alimentos que comemos influenciam o nosso corpo. Mas o que você não sabe ainda é que eles podem ter muito mais do que uma simples influência no funcionamento do nosso cérebro.
O humor, a motivação e a performance mental estão intimamente ligados aos alimentos que ingerimos. Estudos mostram cada dia mais que algumas substâncias contidas em determinados alimentos podem aumentar a capacidade mental.
Mais de 20% do cérebro é constituído de substâncias gordurosas que desempenham importantes funções. A saúde do nosso cérebro depende não só da quantidade de gordura que ingerimos, mas principalmente do tipo de gordura.
A performance mental exige um tipo específico de gordura encontrado mais frequentemente em peixes, conhecidos como ácidos graxos Omega-3.
Os ácidos graxos Omega-3 são conhecidos por serem componentes fundamentais da membrana externa das células cerebrais. É através dessa membrana que todos os sinais nervosos fluem.
Então a presença de Omega-3 cria um ambiente ideal para a troca rápida de "mensagens" entre as células do nosso cérebro. Se o cérebro para de receber Omega-3, ele procura se adaptar a essa deficiência. Como consequência ele fica "preguiçoso" e as respostas passam a ser mais lentas. Quando esse comportamento é repetido dia-após-dia, o cérebro passa a encarar esse novo estado como sendo o seu novo padrão normal de funcionamento.
É aí que problemas de memória, alterações de humor e dificuldades de aprendizado podem se tornar frequentes.

Estudos mostram que o consumo regular de Omega-3 está ligado aos seguintes benefícios:
  • boa concentração;
  • boa memória;
  • motivação;
  • boas habilidades motoras;
  • boa velocidade de reação;
  • neutralização do stress;
As fontes principais de Omega-3 são os peixes de águas profundas e frias (salmão, atum, bacalhau, arenque, cavalinha, sardinha, truta) e os óleos de peixe.
Para quem não gosta ou não inclui os peixes ou os óleos de peixe no cardápio, as sementes de linhaça e o óleo de linhaça são as melhores alternativas como fonte de Omega-3.
Além de todos esses benefícios para o cérebro, o Omega-3 atua na redução dos níveis de triglicérides e consequentemente reduzir os riscos de doença do coração. Mas sobre isso é muitos outros benefícios falaremos no próximo artigo sobre ele.
No Corpo Perfeito você encontra ótimas opções de suplementos contendo Omega-3

Sintomas de infarto: dor no peito não é único sinal

Quanto antes você procurar um hospital, menores são os riscos

As doenças cardiovasculares são líderes em morte no mundo, sendo responsáveis por quase 30% das mortes no Brasil. Dentre estas, o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é a causa principal. De acordo com o Datasus, agência de controle de dados do governo, foram registrados 2028 óbitos por doenças cardiovasculares no estado de São Paulo apenas no mês de agosto de 2013. A mortalidade hospitalar por infarto agudo na internação é alta, e maior quanto mais demorado o tempo entre o início dos sintomas e o atendimento final. Os fatores de risco para o infarto são obesidade, hipertensão, colesterol alto, estresse, diabetes ou infartos anteriores. Homens na meia idade e mulheres após a menopausa são os mais afetados pelo problema.
O infarto acontece quando parte do músculo cardíaco morreu por falta de oxigênio. A nutrição do músculo é feita pelas artérias coronárias, que levam sangue e nutrientes até o coração. Se uma artéria dessas "entupir" - que ocorre quando uma placa de gordura perto da parede interna do vaso rompe - o fluxo de sangue é interrompido e aquela área entra em sofrimento (causando dor) e se esse fluxo não for reestabelecido a tempo, o tecido morre.

Identificando o infarto

Hábitos ruins ao coração
A dor do IAM é uma sensação mal definida, surda, que pode se alojar em qualquer local entre o lábio inferior e a cicatriz umbilical. Ainda que a maioria das pessoas sinta dor no meio do peito, em aperto, espalhando para o braço direito, vemos com muita frequência apresentações menos características. Já vi pessoas com dor no queixo, dor nas costas. As características do infarto em mulheres são muito menos típicas, com queixas de queimação ou agulhadas no peito ou ainda falta de ar sem dor. Qualquer dor nessas regiões que se mantêm por mais de 20 minutos deve ser investigada e considerada doença grave, especialmente se associada aos seguintes sintomas:
  • Vômitos
  • Suor frio
  • Fraqueza Intensa
  • Palpitações
  • Falta de ar.
Na presença dessas sensações, é de extrema importância procurar ajuda no pronto socorro mais próximo em no máximo uma hora. Conforme o tempo passa a dor diminui, mas o dano torna-se mais extenso e irreversível. Após 12 horas de dor, o músculo em sofrimento já morreu quase por completo.
Em municípios com disponibilidade de atendimento domiciliar rápido, como o excelente SAMU de São Paulo, vale a pena acioná-lo. Na ausência de uma ambulância, busque uma acompanhante que possa dirigir ou acompanhar até o medico (sempre em um hospital de emergência, para não transformar um consultório medico em uma UTI). Evite dirigir com suspeita de infarto, pois arritmias e desmaios são frequentes no inicio do quadro, colocando em risco você e os outros. Carregue consigo seus exames mais recentes, se estiverem acessíveis e não forem atrasar a sua viagem. Fique tranquilo e explique tudo ao seu acompanhante e médico, em especial a presença de alergias e doenças prévias.

AVC hemorrágico: sintomas, tratamentos e causas

O que é AVC hemorrágico?

Sinônimos: ave hemorrágico
AVC hemorrágico ou acidente vascular cerebral hemorrágico se dá pelo comprometimento de alguma artéria cerebral. Dizemos que o AVC é hemorrágico quando há o rompimento de um vaso cerebral, ocorrendo um sangramento (hemorragia) em algum ponto do sistema nervoso. A diferença do AVC hemorrágico para o AVC isquêmico é o que segundo decorre da obstrução de uma artéria, e não de seu rompimento. A hemorragia pode acontecer no interior do tecido cerebral (AVC hemorrágico intraparenquimatoso), que é o mais comum e responsável por 15% de todos os casos de AVC. O sangramento também pode ocorrer perto da superfície cerebral, entre o cérebro e a meninge, conhecido como AVC hemorrágico subaracnóideo. O AVC hemorrágico não é tão comum quanto o isquêmico, no entanto, o AVC hemorrágico pode causar a morte mais frequentemente do que acidentes vasculares cerebrais isquêmicos.

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Diferenças entre as hemorragias comuns do AVC

Causas

Um AVC hemorrágico intraparenquimatoso é comumente causado pela pressão alta crônica, já o subaracnóideo no geral é causado por uma ruptura de um aneurisma ou hipertensão descontrolada.
Outras causas de AVC hemorrágico incluem:
  • Inflamação nos vasos sanguíneos, que podem se desenvolver a partir de doenças como sífilis, doença de Lyme, vasculite e tuberculose
  • Distúrbios de coagulação do sangue, como a hemofilia
  • Ferimentos na cabeça ou no pescoço que resultam em danos aos vasos sanguíneos na cabeça ou no pescoço
  • Tratamento com radiação para câncer no pescoço ou cérebro
  • Angiopatia amiloide cerebral (uma doença degenerativa dos vasos sanguíneos)
  • Aterosclerose
  • Arritmias cardíacas
  • Doenças das válvulas cardíacas, como prolapso da válvula mitral ou estenose de uma válvula cardíaca
  • Endocardite
  • Forame oval patente, que é um defeito cardíaco congênito
  • Distúrbios de coagulação do sangue
  • Vasculite (inflamação dos vasos sanguíneos)
  • Insuficiência cardíaca
  • Infarto agudo do miocárdio.

Fatores de risco

Os fatores de risco do AVC hemorrágico que você pode tratar ou alterar são:
  • Hipertensão
  • Fibrilação atrial
  • Diabetes
  • Tabagismo
  • Colesterol alto
  • Uso pesado de álcool
  • Sobrepeso e obesidade
  • Sedentarismo.
Os fatores de risco que você não pode mudar incluem:
  • Idade: o risco de AVC aumenta com a idade
  • Sexo: o AVC é mais comum em homens até os 75 anos de idade, quando ele passa a ser mais comum em mulheres. Isso acontece porque no geral as mulheres vivem mais, aumentando o risco com o passar dos anos
  • Histórico familiar: o risco de acidente vascular cerebral é maior se um pai, irmão, ou irmã teve um AVC
  • História de AVC.

 sintomas

Sintomas de AVC hemorrágico

Assim como o AVC isquêmico, os sintomas do AVC hemorrágico se caracterizam por uma perda neurológica súbita, tais como:
  • Dores de cabeça muito fortes, beirando o insuportável, sem histórico de dores de cabeça importantes
  • Perda de força em um dos lados do corpo
  • Paralisia súbita de um dos lados do corpo, geralmente no braço ou perna, de grau pequeno ou acentuado. Quando a paralisia é parcial, é chamada paresia. Se o paciente com AVC fica paralisado completamente de um lado, ele está hemiplégico
  • Se o AVC hemorrágico acontecer no hemisfério cerebral dominante, que na maioria da população é o lado esquerdo, a alteração da fala é um sintoma muito precoce. A pessoa tem dificuldade para falar, seja por não conseguir articular a palavra (não fazer a boca se mexer) ou por não conseguir elaborar as palavras
  • Alterações visuais, como perder uma parte ou totalmente o campo visual
  • Sintomas motores ou sensitivos, como dormência no rosto, mãos e pernas
  • Em alguns casos, podem acontecer episódios de sonolência ou coma.

 diagnóstico e exames

Buscando ajuda médica

Na presença de qualquer um dos sintomas de derrame citados, é importante ir a um pronto-socorro imediatamente. Isso porque quanto mais rápido se dá o tratamento, menores são as sequelas decorrentes do AVC hemorrágico. O mais correto é chamar o resgate para fazer a remoção em vez de encaminhar o paciente para o hospital de carro ou ônibus, pois já na ambulância podem ser iniciados alguns procedimentos, como oxigenação. Também é importante dar preferência a hospitais que são conhecidamente preparados para receber um paciente em situações agudas do AVC.
A escala pré-hospitalar de AVC deverá ser aplicada para reconhecer os sinais mais frequentes, caso o paciente não esteja com um quadro claro. Dos três itens avaliados, um sinal positivo (com início súbito) é suficiente para suspeitar de um AVC hemorrágico:
  • Face: o socorrista pedirá para o paciente dar um sorriso, para verificar se há desvio da boca
  • Força: ele pedirá ao paciente para levantar os dois braços e verá se um deles cai por falta de força
  • Fala: será solicitado ao paciente dizer uma frase qualquer, como “o céu é azul”, para verificar se não há qualquer alteração.
Entre os cuidados clínicos de emergência estão:
  • Verificar os sinais vitais, como pressão arterial e temperatura axilar
  • Posicionar a cabeceira da cama a 0°, exceto se houver vômitos (nesse caso manter a 30 graus)
  • Acesso venoso periférico em membro superior não paralisado
  • Administrar oxigênio por cateter nasal ou máscara, caso o paciente precise
  • Checagem de glicemia capilar
  • Determinar o horário de início dos sintomas por meio de questionário ao paciente ou acompanhante.
Alguns exames podem ser feitos para ajudar no diagnóstico do AVC, bem como o seu tipo:
  • Ressonância magnética
  • Tomografia computadorizada
  • Angiografia
  • Ultrassonografia
  • Ecocardiograma.

 tratamento e cuidados

Tratamento de AVC hemorrágico

Após o tratamento de emergência para AVC hemorrágico, quando a condição se estabilizou, o tratamento se concentra na prevenção de outro AVC e acompanhamento das sequelas. Quando você tem um AVC hemorrágico, o suprimento de sangue e oxigênio a uma parte do seu cérebro é reduzido. Depois de cerca de quatro minutos sem sangue e oxigênio, as células cerebrais ficam danificadas e podem morrer. O corpo tenta restaurar sangue e oxigênio para as células por meio da ampliação de outros vasos sanguíneos (artérias), perto da área. Se o fornecimento de sangue não for restaurado, danos cerebrais permanentes geralmente ocorrem.
Quando as células do cérebro são danificadas ou morrem, as partes do corpo controladas por essas células podem não funcionar. A perda de função pode ser leve ou grave, temporária ou permanente. Isso depende de onde e como a maior parte do cérebro foi danificada e a rapidez com que o fornecimento de sangue foi devolvido para as células afetadas.
As áreas do cérebro que morrem em decorrência da falta de oxigenação causada pelo AVC hemorrágico podem se reconstruir aos poucos, e a recuperação é mais rápida quando feito o estímulo correto. Por exemplo, uma pessoa que sofreu alterações da fala terá um acompanhamento com fonoaudiólogo, assim como uma pessoa que sofreu paralisia fará fisioterapia. A recuperação do AVC hemorrágico começa enquanto você ainda está no hospital ou em um centro de reabilitação e continuará quando você volta para casa. Durante a recuperação do AVC hemorrágico, você vai aprender a gerir:
  • Problemas na bexiga e intestino
  • Atividades domésticas feitas anteriormente
  • Perda de movimento ou sensibilidade de uma ou mais partes do corpo
  • Problemas musculares e nervosos
  • Espasmos musculares
  • Problemas de fala
  • Deglutição e problemas alimentares
  • Raciocínio e problemas de memória.

Cirurgia para AVC hemorrágico

O tratamento cirúrgico visa a retirar o sangue de dentro do cérebro. Em alguns casos, coloca-se um cateter para avaliar a pressão dentro do crânio, que aumenta por conta do inchaço do cérebro após o sangramento.
Em algumas situações, o tratamento cirúrgico é decidido por esta medida e não realizado logo na entrada do paciente no hospital, principalmente porque alguns têm um novo sangramento poucas horas depois do primeiro.

 convivendo (prognóstico)

Convivendo/ Prognóstico

Você tem a maior chance de recuperar suas habilidades durante os primeiros meses após um acidente vascular cerebral. Cerca de metade de todas as pessoas que têm um AVC sofrerão alguns problemas no longo prazo. Se você tiver dúvidas, converse com seu médico.
A reabilitação assim que o paciente tiver condições de seguir o tratamento, ou seja, quando não há perigo do quadro ser piorado. Um bom programa de reabilitação conta com uma equipe de fonoaudiologia, fisioterapia, enfermagem e terapia ocupacional. É importante ressaltar que cada tratamento é individual, com base nas sequelas do paciente.
O objetivo do tratamento depois de um AVC envolve também evitar possíveis eventos futuros, além de tratar as sequelas que surgem. Por isso, mudanças no estilo de vida são uma parte importante do acompanhamento do AVC hemorrágico. Veja o que é preciso fazer para se recuperar do AVC hemorrágico e impedir um segundo derrame:
  • Não fumar ou permitir que outros fumem perto de você
  • Limite de álcool a duas doses por dia para homens e uma dose por dia para as mulheres
  • Manter um peso saudável
  • Praticar pelo menos 30 minutos de exercícios na maioria dos dias da semana (caminhada é uma boa escolha)
  • Manter uma dieta equilibrada, pobre em colesterol, gorduras saturadas e sal, conforme orientação profissional
  • Fisioterapia
  • Terapia ocupacional
  • Fonoaudiologia.

Complicações possíveis

Entre as principais sequelas do AVC hemorrágico, podemos destacar:
  • Paralisias: a área mais afetada pelo AVC é aquela responsável pelos movimentos do nosso corpo, sendo o lado esquerdo do cérebro responsável pelos movimentos do lado direito e vice versa. Por isso, é comum os pacientes passarem os primeiros dias após o AVC com um dos lados do corpo paralisados, e mesmo com a recuperação alguns têm a movimentação limitada. Pensando nisso, é essencial que o paciente não passe todo o tempo deitado, mesmo em sua estadia no hospital.
  • Déficit sensitivo: a perda de sensibilidade do lado afetado pelo AVC acontece quando a área do encéfalo responsável por interpretar a sensibilidade é lesada. Grande parte da melhora acontece no primeiro ano após o evento, mas nada impede que elas continuem acontecendo. Uma atividade que pode ajudar na recuperação da sensibilidade é expor a área afetada a diferentes materiais, como esponjas, papéis, madeira, lixas ásperas e etc.
  • Afasia: quando o AVC ocorre na área do cérebro correspondente à linguagem, é comum o paciente sofrer com a afasia, a perda da comunicação, que pode ser a fala ou o entendimento de uma mensagem. Ela pode ser dividida basicamente em dois grandes grupos: afasia de expressão (quando o paciente entende o que você fala, mas é incapaz de se expressar pela linguagem falada) e de compreensão (quando ele consegue se expressar de todas as formas, mas não entende o que lhe é dito). Caso a dificuldade esteja em se expressar, é fundamental o trabalho do fonoaudiólogo. Com esse acompanhamento, é possível até mesmo que uma pessoa que não conseguia dizer nada, reaprenda algumas palavras. Durante esse processo, enquanto a vítima do AVC ainda não consegue se comunicar pela fala ou escrita, podem ser combinados códigos, como mímicas ou acenos de cabeça. No caso de uma afasia no grupo da compreensão, é importante que a família e o cuidador fiquem atentos aos sinais que ela pode apresentar, pois é muito difícil reconhecer essa dificuldade. No geral, a pessoa não responderá suas perguntas de forma adequada, e falará sobre assuntos que não estão sendo discutidos no momento. Essa situação tem recuperação progressiva, e o melhor a fazer é entender que o paciente não tem consciência disso e esperar que as ligações cognitivas se recomponham adequadamente.
  • Apraxias: além da dificuldade na fala, um paciente de AVC com apraxia perde a capacidade de se expressar por gestos e mímicas e de realizar tarefas motoras em sequências. Por exemplo: a pessoa sabe o que é uma chave e sabe o que é uma fechadura, mas simplesmente não consegue ligar uma coisa na outra, realizando o ato de inserir a chave na fechadura. É uma sequência que a pessoa não sabe mais fazer. Outro exemplo de apraxias é a incapacidade de fazer gestos que tenham um significado pré-definido, como o sinal de silêncio, acenar para dar oi ou levantar o polegar em sinal positivo. Nesses casos o paciente precisa reaprender a fazer esses processos. É necessário ensinar novamente essa sequência de movimentos, que deve ser lembrada e exercitada.
  • Negligência: essa sequela diz respeito ao paciente que negligencia uma parte ou um lado se seu corpo - a intensidade do problema dependerá do tamanho da lesão. Ela se caracteriza por uma falta de percepção da metade afetada do corpo, como se aquele segmento não pertencesse à pessoa. É uma sequela muito grave, mas que normalmente desaparece depois dos três primeiros meses. Os quadros de negligência podem ser de três tipos - motor, visual e sensitivo. Ou seja, o indivíduo consegue se movimentar, enxergar ou sentir as coisas, mas o cérebro não processa essas possibilidades.
  • Agnosia visual: entende-se por agnosia visual a incapacidade da pessoa de reconhecer objetos e pessoas através da visão, apesar de essa não ter sido comprometida. Dependendo do grau da lesão, a pessoa pode inclusive não reconhecer mais rostos. É importante exercitar esse lado do paciente, apresentando-o para novos objetos, sempre com muita paciência - uma tática é começar por objetos que faziam parte do cotidiano do paciente antes do AVC.
  • Déficit de memória: a perda de memória normalmente é déficit secundário, inserido dentro de um contexto de outras perdas. O sintoma de déficit de memória dependerá da área do cérebro afetada, mas no geral a pessoa perde a capacidade de lembrar eventos recentes, recordando apenas episódios passados.
  • Lesões no tronco cerebral: no tronco cerebral estão localizados centros responsáveis por atividades vitais, como a respiração. Lesões no tronco cerebral podem deixar sequelas graves e até mesmo levar à morte - a gravidade dependerá da extensão da lesão. Pacientes com esse tipo de sequela podem apresentar também paralisia nos dois lados do corpo, estrabismo e dificuldades para engolir - cada ponto sendo tratado por sua especialidade específica.
  • Alterações comportamentais: Ocasionados por uma lesão na parte frontal do cérebro, as alterações comportamentais são comuns em vítimas de AVC. O indivíduo geralmente passa por quadros de agitação e quadro de apatia, passando por sintomas como perda de iniciativa ou explosões de raiva sem causa aparente. Os cuidadores devem buscar orientação medica, pois em alguns casos pode ser necessário que o paciente seja medicado.
  • Depressão: até 30% dos pacientes com AVC, principalmente aqueles que sofreram lesão no hemisfério esquerdo do cérebro, podem desenvolver a depressão pós-AVC. A doença funciona exatamente como a depressão comum, mas há uma janela de tempo que liga esses sintomas ao AVC. Os sintomas são iguais aos da depressão comum - tristeza, apatia, sono inadequado, transtornos alimentares, entre outros - e pede um tratamento especializado com um psicólogo ou psiquiatra.
  • Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT): uma pesquisa feita pela Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, mostrou que quase um para cada quatro pacientes de AVC sofrem de estresse pós-traumático, e um em cada nove pacientes desenvolve TEPT crônico mais de um ano depois. Sintomas que ajudam a identificar o problema são pesadelos persistentes e tendência do paciente a evitar lembranças do evento, bem como frequência cardíaca e pressão arterial elevadas.
A recuperação depende da localização e da quantidade de danos cerebrais causados por acidente vascular cerebral, a capacidade de outras áreas saudáveis do cérebro para assumir a funcionar para as zonas danificadas, e reabilitação. Em geral, a menos que haja danos no tecido cerebral, as chances de invalidez são pequenas.

 prevenção

Prevenção

Muitos fatores de risco contribuem para o seu aparecimento. Alguns desses fatores não podem ser modificados, como a idade, a raça, a constituição genética e o sexo. Outros fatores, entretanto, podem ser diagnosticados e tratados, tais como a hipertensão arterial (pressão alta), a diabetes mellitus, as doenças cardíacas, a enxaqueca, o uso de anticoncepcionais hormonais, a ingestão de bebidas alcoólicas, o fumo, o sedentarismo (falta de atividades físicas) e a obesidade. A adequação dos hábitos de vida diária é primordial para a prevenção do AVC.

 fontes e referências

  • Renato Mendonça, neurologista do Lavoisier Medicina Diagnóstica
  • Roberto Giraldez é cardiologista do Instituto do Coração (InCor) do Hospital da Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP)
  • André Felício, neurologista doutorado pela UNIFESP/SP, pós-doutorado pela UBC/Canadá, médico e Pesquisador do Hospital Israelita Albert Einstein de São Paulo
  • Sociedade Brasileira de Cardiologia
  • Ministério da Saúde

O que é AVC isquêmico: sintomas, tratamentos e causas

O que é AVC isquêmico?


Sinônimos: avc
AVC isquêmico ou acidente vascular cerebral isquêmico se dá pelo comprometimento de alguma artéria cerebral. Dizemos que o AVC é isquêmico quando há uma obstrução da artéria, impedindo a passagem de oxigênio para as células cerebrais, que morrem - essa condição é chamada de isquemia. A diferença do AVC isquêmico para o AVC hemorrágico é o que segundo decorre do rompimento de um vaso, e não de seu entupimento. A obstrução da artéria pode acontecer por um trombo, que é um coágulo de sangue que se junta à parede do vaso sanguíneo, ou por um êmbolo, que nada mais é do que um trombo que se desloca pela corrente sanguínea até ficar preso em um vaso sanguíneo menor que sua extensão. As artérias que mais entopem são a carótida interna do pescoço ou a artéria cerebral média dentro do cérebro.

Tipos

Existem dois tipos comuns de AVC isquêmico:
AVC isquêmico aterotrombótico: esse tipo de AVC isquêmico ocorre por fatores de risco não modificáveis, como a idade ou doenças crônicas. A principal causa de AVC isquêmico aterotrombótico é a aterosclerose, doença que causa a formação de placas nos vasos sanguíneos, levando à oclusão.
AVC isquêmico cardioembólico: esse tipo de AVC isquêmico ocorre quando o êmbolo causador do derrame parte do coração, no geral decorrente de doenças cardiovasculares, como arritmias cardíacas ou doenças da válvula cardíaca.

Causas

As causas de AVC estão geralmente relacionadas com problemas no organismo que afetam o fluxo do sangue, tais como:



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AVC aterotrombótico acontece pela formação de placas nos vasos sanguíneos

  • Endurecimento das artérias (aterosclerose)
  • Arritmias cardíacas
  • Doenças das válvulas cardíaca, como prolapso da válvula mitral ou estenose de uma válvula cardíaca
  • Endocardite, que é a infecção das válvulas do coração
  • Forame oval patente, que é um defeito cardíaco congênito
  • Distúrbios de coagulação do sangue
  • Vasculite (inflamação dos vasos sanguíneos)
  • Insuficiência cardíaca
  • Infarto agudo do miocárdio.
Pressão arterial baixa (hipotensão) também pode causar um AVC isquêmico, embora com menor frequência. Resultados baixos de pressão arterial podem reduzir o fluxo sanguíneo para o cérebro e causar estreitamento das artérias. Além disso, algumas cirurgias ou outros processos usados para tratar as artérias carótidas estreitadas podem causar um coágulo de sangue, que se viajar para o cérebro resultará em um AVC isquêmico.

Fatores de risco

Os principais fatores de risco do AVC isquêmico são:
  • Hipertensão
  • Doenças cardiovasculares
  • Colesterol alto
  • Obesidade
  • Diabetes tipo 2
  • Uso de drogas ilícitas, como cocaína
  • Tabagismo
  • Uso excessivo de álcool
  • Idade avançada.

 sintomas

Sintomas de AVC isquêmico

Assim como o AVC hemorrágico, os sintomas do AVC isquêmico se caracterizam por uma perda neurológica súbita, tais como:
  • Dores de cabeça muito fortes, beirando o insuportável, sem histórico de dores de cabeça importantes
  • Perda de força em um dos lados do corpo
  • Paralisia súbita de um dos lados do corpo, geralmente no braço ou perna, de grau pequeno ou acentuado. Quando a paralisia é parcial, é chamada paresia. Se o paciente com AVC fica paralisado completamente de um lado, ele está hemiplégico
  • Se o AVC isquêmico acontecer no hemisfério cerebral dominante, que na maioria da população é o lado esquerdo, a alteração da fala é um sintoma muito precoce. A pessoa tem dificuldade para falar, seja por não conseguir articular a palavra (não fazer a boca se mexer) ou por não conseguir elaborar as palavras
  • Alterações visuais, como perder uma parte ou totalmente o campo visual
  • Sintomas motores ou sensitivos, como dormência no rosto, mãos e pernas
  • Em alguns casos, podem acontecer episódios de sonolência ou coma.

Buscando ajuda médica

Na presença de qualquer um dos sintomas de derrame citados, é importante ir a um pronto-socorro imediatamente. Isso porque quanto mais rápido se dá o tratamento, menores são as sequelas decorrentes do AVC isquêmico. O mais correto é chamar o resgate para fazer a remoção em vez de encaminhar o paciente para o hospital de carro ou ônibus, pois já na ambulância podem ser iniciados alguns procedimentos, como oxigenação. Também é importante dar preferência a hospitais que são conhecidamente preparados para receber um paciente em situações agudas do AVC.
A escala pré-hospitalar de AVC deverá ser aplicada para reconhecer os sinais mais frequentes, caso o paciente não esteja com um quadro claro. Dos três itens avaliados, um sinal positivo (com início súbito) é suficiente para suspeitar de um AVC isquêmico:
  • Face: o socorrista pedirá para o paciente dar um sorriso, para verificar se há desvio da boca
  • Força: ele pedirá ao paciente para levantar os dois braços e verá se um deles cai por falta de força
  • Fala: será solicitado ao paciente dizer uma frase qualquer, como “o céu é azul”, para verificar se não há qualquer alteração.
Entre os cuidados clínicos de emergência estão:
  • Verificar os sinais vitais, como pressão arterial e temperatura axilar
  • Posicionar a cabeceira da cama a 0°, exceto se houver vômitos (nesse caso manter a 30 graus)
  • Acesso venoso periférico em membro superior não paralisado
  • Administrar oxigênio por cateter nasal ou máscara, caso o paciente precise
  • Checagem de glicemia capilar
  • Determinar o horário de início dos sintomas por meio de questionário ao paciente ou acompanhante.
Alguns exames podem ser feitos para ajudar no diagnóstico do AVC, bem como o seu tipo:
  • Ressonância magnética
  • Tomografia computadorizada
  • Angiografia
  • Ultrassonografia
  • Ecocardiograma.

 tratamento e cuidados

Tratamento de AVC isquêmico

O essencial do tratamento do AVC isquêmico, assim como para outros tipos de AVC, é que a busca pelo médico seja feita o mais rápido possível. No caso de AVC isquêmico, é possível usar um medicamento chamado alteplase, que deve ser aplicado em até quatro horas e meia após o início dos sintomas. Esse medicamento diminui em 30% o risco de sequelas do AVC isquêmico e reduz em 18% a mortalidade.
Após o tratamento de emergência para AVC isquêmico, quando a condição se estabilizou, o tratamento se concentra na prevenção de outro AVC e acompanhamento das sequelas. Quando você tem um AVC isquêmico, o suprimento de sangue e oxigênio a uma parte do seu cérebro é reduzido. Depois de cerca de quatro minutos sem sangue e oxigênio, as células cerebrais ficam danificadas e podem morrer. O corpo tenta restaurar sangue e oxigênio para as células por meio da ampliação de outros vasos sanguíneos (artérias), perto da área. Se o fornecimento de sangue não for restaurado, danos cerebrais permanentes geralmente ocorrem.
Quando as células do cérebro são danificadas ou morrem, as partes do corpo controladas por essas células podem não funcionar. A perda de função pode ser leve ou grave, temporária ou permanente. Isso depende de onde e como a maior parte do cérebro foi danificada e a rapidez com que o fornecimento de sangue foi devolvido para as células afetadas.
As áreas do cérebro que morrem em decorrência da falta de oxigenação causada pelo AVC isquêmico podem se reconstruir aos poucos, e a recuperação é mais rápida quando feito o estímulo correto. Por exemplo, uma pessoa que sofreu alterações da fala terá um acompanhamento com fonoaudiólogo, assim como uma pessoa que sofreu paralisia fará fisioterapia. A recuperação do AVC isquêmico começa enquanto você ainda está no hospital ou em um centro de reabilitação e continuará quando você volta para casa. Durante a recuperação do AVC isquêmico, você vai aprender a gerir:
  • Problemas na bexiga e intestino
  • Atividades domésticas feitas anteriormente
  • Perda de movimento ou sensibilidade de uma ou mais partes do corpo
  • Problemas musculares e nervosos
  • Espasmos musculares
  • Problemas de fala
  • Deglutição e problemas alimentares
  • Raciocínio e problemas de memória.

Cirurgia para AVC isquêmico

Se você tiver obstrução significativa das artérias carótidas no pescoço, você pode precisar de uma endarterectomia de carótida. Durante esta operação, o cirurgião remove formação de placas nas artérias carótidas para reduzir o risco de ataque isquêmico transitório (TIA) ou AVC. Os benefícios e os riscos desta cirurgia devem ser cuidadosamente avaliados, pois a cirurgia em si pode causar um AVC.

 convivendo (prognóstico)

Convivendo/ Prognóstico

Você tem a maior chance de recuperar suas habilidades durante os primeiros meses após um acidente vascular cerebral. Cerca de metade de todas as pessoas que têm um AVC sofrerão alguns problemas no longo prazo. Se você tiver dúvidas, converse com seu médico.
O objetivo do tratamento depois de um AVC envolve também evitar possíveis eventos futuros, além de tratar as sequelas que surgem. Por isso, mudanças no estilo de vida são uma parte importante do acompanhamento do AVC isquêmico. Veja o que é preciso fazer para se recuperar do AVC isquêmico e impedir um segundo derrame:
  • Não fumar ou permitir que outros fumem perto de você
  • Limite de álcool a duas doses por dia para homens e uma dose por dia para as mulheres
  • Manter um peso saudável
  • Praticar pelo menos 30 minutos de exercícios na maioria dos dias da semana (caminhada é uma boa escolha)
  • Manter uma dieta equilibrada, pobre em colesterol, gorduras saturadas e sal, conforme orientação profissional
  • Fisioterapia
  • Terapia ocupacional
  • Fonoaudiologia.

Complicações possíveis

Entre as principais sequelas do AVC isquêmico, podemos destacar:

  • Paralisias: a área mais afetada pelo AVC é aquela responsável pelos movimentos do nosso corpo, sendo o lado esquerdo do cérebro responsável pelos movimentos do lado direito e viceversa. Por isso, é comum os pacientes passarem os primeiros dias após o AVC com um dos lados do corpo paralisados, e mesmo com a recuperação alguns têm a movimentação limitada. Pensando nisso, é essencial que o paciente não passe todo o tempo deitado, mesmo em sua estadia no hospital
  • Déficit sensitivo: a perda de sensibilidade do lado afetado pelo AVC acontece quando a área do encéfalo responsável por interpretar a sensibilidade é lesada. Grande parte da melhora acontece no primeiro ano após o evento, mas nada impede que elas continuem acontecendo. Uma atividade que pode ajudar na recuperação da sensibilidade é expor a área afetada a diferentes materiais, como esponjas, papéis, madeira, lixas ásperas e etc
  • Afasia: quando o AVC ocorre na área do cérebro correspondente à linguagem, é comum o paciente sofrer com a afasia, a perda da comunicação, que pode ser a fala ou o entendimento de uma mensagem. Ela pode ser dividida basicamente em dois grandes grupos: afasia de expressão (quando o paciente entende o que você fala, mas é incapaz de se expressar pela linguagem falada) e de compreensão (quando ele consegue se expressar de todas as formas, mas não entende o que lhe é dito). Caso a dificuldade esteja em se expressar, é fundamental o trabalho do fonoaudiólogo. Com esse acompanhamento, é possível até mesmo que uma pessoa que não conseguia dizer nada, reaprenda algumas palavras. Durante esse processo, enquanto a vítima do AVC ainda não consegue se comunicar pela fala ou escrita, podem ser combinados códigos, como mímicas ou acenos de cabeça. No caso de uma afasia no grupo da compreensão, é importante que a família e o cuidador fiquem atentos aos sinais que ela pode apresentar, pois é muito difícil reconhecer essa dificuldade. No geral, a pessoa não responderá suas perguntas de forma adequada, e falará sobre assuntos que não estão sendo discutidos no momento. Essa situação tem recuperação progressiva, e o melhor a fazer é entender que o paciente não tem consciência disso e esperar que as ligações cognitivas se recomponham adequadamente
  • Apraxias: além da dificuldade na fala, um paciente de AVC com apraxia perde a capacidade de se expressar por gestos e mímicas e de realizar tarefas motoras em sequências. Por exemplo: a pessoa sabe o que é uma chave e sabe o que é uma fechadura, mas simplesmente não consegue ligar uma coisa na outra, realizando o ato de inserir a chave na fechadura. É uma sequência que a pessoa não sabe mais fazer. Outro exemplo de apraxias é a incapacidade de fazer gestos que tenham um significado pré-definido, como o sinal de silêncio, acenar para dar oi ou levantar o polegar em sinal positivo. Nesses casos o paciente precisa reaprender a fazer esses processos. É necessário ensinar novamente essa sequência de movimentos, que deve ser lembrada e exercitada
  • Negligência: essa sequela diz respeito ao paciente que negligencia uma parte ou um lado se seu corpo - a intensidade do problema dependerá do tamanho da lesão. Ela se caracteriza por uma falta de percepção da metade afetada do corpo, como se aquele segmento não pertencesse à pessoa. É uma sequela muito grave, mas que normalmente desaparece depois dos três primeiros meses. Os quadros de negligência podem ser de três tipos - motor, visual e sensitivo. Ou seja, o indivíduo consegue se movimentar, enxergar ou sentir as coisas, mas o cérebro não processa essas possibilidades
  • Agnosia visual: entende-se por agnosia visual a incapacidade da pessoa de reconhecer objetos e pessoas através da visão, apesar de essa não ter sido comprometida. Dependendo do grau da lesão, a pessoa pode inclusive não reconhecer mais rostos. É importante exercitar esse lado do paciente, apresentando-o para novos objetos, sempre com muita paciência - uma tática é começar por objetos que faziam parte do cotidiano do paciente antes do AVC
  • Déficit de memória: a perda de memória normalmente é déficit secundário, inserido dentro de um contexto de outras perdas. O sintoma de déficit de memória dependerá da área do cérebro afetada, mas no geral a pessoa perde a capacidade de lembrar eventos recentes, recordando apenas episódios passados
  • Lesões no tronco cerebral: no tronco cerebral estão localizados centros responsáveis por atividades vitais, como a respiração. Lesões no tronco cerebral podem deixar sequelas graves e até mesmo levar à morte - a gravidade dependerá da extensão da lesão. Pacientes com esse tipo de sequela podem apresentar também paralisia nos dois lados do corpo, estrabismo e dificuldades para engolir - cada ponto sendo tratado por sua especialidade específica
  • Alterações comportamentais: Ocasionados por uma lesão na parte frontal do cérebro, as alterações comportamentais são comuns em vítimas de AVC. O indivíduo geralmente passa por quadros de agitação e quadro de apatia, passando por sintomas como perda de iniciativa ou explosões de raiva sem causa aparente. Os cuidadores devem buscar orientação medica, pois em alguns casos pode ser necessário que o paciente seja medicado
  • Depressão: até 30% dos pacientes com AVC, principalmente aqueles que sofreram lesão no hemisfério esquerdo do cérebro, podem desenvolver a depressão pós-AVC. A doença funciona exatamente como a depressão comum, mas há uma janela de tempo que liga esses sintomas ao AVC. Os sintomas são iguais aos da depressão comum - tristeza, apatia, sono inadequado, transtornos alimentares, entre outros - e pede um tratamento especializado com um psicólogo ou psiquiatra
  • Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT): uma pesquisa feita pela Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, mostrou que quase um para cada quatro pacientes de AVC sofrem de estresse pós-traumático, e um em cada nove pacientes desenvolve TEPT crônico mais de um ano depois. Sintomas que ajudam a identificar o problema são pesadelos persistentes e tendência do paciente a evitar lembranças do evento, bem como frequência cardíaca e pressão arterial elevada.
A recuperação depende da localização e da quantidade de danos cerebrais causados por acidente vascular cerebral, a capacidade de outras áreas saudáveis do cérebro para assumir a funcionar para as zonas danificadas, e reabilitação. Em geral, a menos que haja danos no tecido cerebral, as chances de invalidez são pequenas.

 prevenção

Prevenção

Muitos fatores de risco contribuem para o seu aparecimento. Alguns desses fatores não podem ser modificados, como a idade, a raça, a constituição genética e o sexo. Outros fatores, entretanto, podem ser diagnosticados e tratados, tais como a hipertensão arterial (pressão alta), a diabetes mellitus, as doenças cardíacas, a enxaqueca, o uso de anticoncepcionais hormonais, a ingestão de bebidas alcoólicas, o fumo, o sedentarismo (falta de atividades físicas) e a obesidade. A adequação dos hábitos de vida diária é primordial para a prevenção do AVC.

  fontes e referências

  • Renato Mendonça, neurologista do Lavoisier Medicina Diagnóstica
  • Roberto Giraldez é cardiologista do Instituto do Coração (InCor) do Hospital da Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP)
  • André Felício, neurologista doutorado pela UNIFESP/SP, pós-doutorado pela UBC/Canadá, médico e Pesquisador do Hospital Israelita Albert Einstein de São Paulo
  • Sociedade Brasileira de Cardiologia
  • Ministério da Saúde